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quinta-feira, dezembro 11



História do Guitolão

"Cumpre-se o sonho de Carlos Paredes.

Um dia, o mestre da guitarra portuguesa imagina um instrumento de cordas capaz de ultrapassar em profundidade de som, em maleabilidade, a guitarra que acaba de imortalizar.

Carlos Paredes propõe a Gilberto Grácio, desde há muito seu mestre construtor, a concepção de uma guitarra portuguesa com uma sonoridade mais grave. Grácio concretiza o pedido e Paredes chega mesmo a gravar com este instrumento a que chamou “guitarra portuguesa barítono”, acompanhando a cantora Cecília de Melo e o poeta Manuel Alegre.

A doença prolongada do autor de “Verdes Anos”, no entanto, não lhe dá oportunidade de explorar a sonoridade do novo instrumento com o virtuosismo que, anos antes, resgatara da guitarra portuguesa. De simples acompanhamento do fado, a guitarra, nas mãos de Paredes transforma-se em instrumento de concerto, com um lirismo e poder impensáveis.
O Guitolão seria o próximo passo.

Gilberto Grácio aperfeiçoa esse instrumento, define de vez a sua forma, a amplitude do braço, o tamanho, a afinação e o tipo de cordas. Termina o exemplar nº 1 do Guitolão e regista-o.
Não há mais nenhum no mundo inteiro.
Está à espera das mãos que o toquem.

Foi através de Luísa Amaro, guitarrista e companheira de Carlos Paredes, que António Eustáquio tomou contacto com o instrumento. Ficou espantado com a sua sonoridade, o poder e a doçura, e entusiasmado com a capacidade de desenvolver repertório para o mesmo.
Eustáquio, compositor e instrumentista, gravou, por exemplo, além de várias obras originais, transcrições de sonatas para órgão, de Bach, e concertos e trios para alaúde, de Vivaldi, em guitarra portuguesa.

O Guitolão está à altura do sonho de Carlos Paredes: um novo instrumento português para o qual nascerá uma diferente abordagem da composição musical, pois permite explorar novas sonoridades impossíveis de reproduzir pela tradicional guitarra portuguesa."

fonte www.cm-marvao.pt

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